Léa Mendonça Léa Mendonça - O Filho Pródigo

O Mestre entre olhares confusos
Perplexos diante da lei que vigia um fato concreto
Trouxe a baila de forma rara, e clara evidência limpa
A parábola do filho pródigo talvez a mais bonita

Em um lugar muito longe, em terras distantes um jovem errante, pensava assim, ah!
Não faz muito tempo naquele horizonte o sol que se esconde brilhava pra mim
Porque deixei tudo procurando outro mundo
Eu nunca imaginava que tinha uma estrada
Que eu ficaria assim, de onde partilha lá no outro horizonte
Alguém muito importante pensava assim, onde é que ele anda, porque foi embora

Será que ele agora ainda se lembra de mim
Mais um belo dia como em todos os dias
Olhando pro caminho um vuto, será meu filho trópico
Ombros caídos, vencido pela fadiga
Não fosse o extinto paterno que filho nunca deixa de ser filho

O homem produto da lei, que ele mesmo cria, por certo não o reconheceria

Pai soa uma voz na estrada
O velho tão cansado a Voz tão espirada o levou a saltar
A alegria era tanta que da solera da porta
Entre lágrimas gritou: É meu filho, é ele sim, o meu filho voltou

O pai amoroso não viu a roupa curta
Com lágrimas nos olhos, e grito na garganta
Correu para seu filho e o abraçando-o beijou
Jornaleiro quê isso meu filho
És herdeiro, ah não me diga mais nada, traga um anel
Um vestido, as sandálias, matem um servado

Inecem a festa porque o meu filho querido voltou
Pra você que está longe não importa onde?
Há um passo presente que não te abandonou
O pai até hoje olha pro caminho e chora sozinho
Porque não se conformou

Fome, sede, frio, bolotas que até mesmo os porcos rejeitam, ah!
É a realidade lá fora
Quando se perde o desrespeito à vida
Quando vira as costas ao pai
Ao fazer da surtida, frutos que quem sabe você mesmo os cuidor

A viagem da fantasia meu amigo é curta
Termina sempre no lixo da vida, ah!
Mas na casa do pai querido, na casa do pai a verdade não muda
A começar pelo caminho as placas da mesma cor
Indicam uma direção a outra
Que só Deus é amor, amor, amor